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*FAMÍLIA/ LUTO*- Quando perde-se um filho!

Foto do escritor: Sih DominguesSih Domingues

"A dor de perder um filho é paralisante, parece que alguém te mutilou sem anestesia".



Diante de tamanha dor, qual será o momento de pedir ajuda?


A perda de um filho.


A perda de um filho implica num tipo muito particular de luto, pois solicita adaptações tanto sob os aspectos individuais de cada um dos pais no ter de enfrentar esta situação.


Quando perdemos um filho, perdemos a nossa perspectiva de futuro, pois é nos filhos que garantimos a continuidade de todos os sonhos e projetos que não conseguimos por outras meios.


Um filho não é apenas uma extensão biológica dos pais, mas também psicológica, por isso temos a sensação que perdemos um pedaço de nós.



REAÇÕES: O luto pela perda.


O luto por um filho é marcado por grande culpa e revolta, e por muito tempo estamos "zangados" com Deus, porque não aceitamos a razão de estarmos a viver com uma dor tão profunda. As reações ligadas à perda de um filho dependem de alguns fatores como:


- As relações prévias entre pais e filhos. Por exemplo: quando existem conflitos no relacionamento, os pais sentem-se mais culpados após a perda de seu filho;


- A idade do seu filho: não existe uma idade pior, mas em cada etapa da vida existem fatores que dificultam a elaboração da perda, como, por exemplo na adolescência, fase em que existe maiores probabilidades de conflitos entre pais e filhos;


- As circunstâncias da perda: o que aconteceu, como aconteceu, as causas da perda;


- Um número grande de sintomas fisiológicos podem acompanhar as reações psicológicas e sociais dos pais, como, por exemplo: anorexia, distúrbios gastrointestinais, perda de peso, insônia, cansaço excessivo, choro, palpitações, estress, perda do desejo sexual ou hipersexualidade, falta de energia e retardo psicomotor, respiração curta, falta de ar, entre outros.


E o que acontece com o Casamento?


O casamento sofre um grande impacto com a perda de um filho. As características do relacionamento, obviamente, serão afetadas pela maneira como cada um dos parceiros expressa a sua dor.


A comunicação tende a complicar-se pois a mãe pode sentir-se sozinha no luto, enquanto o pai pode ter de lutar para conter a sua dor em poupar ao sofrimento a sua mulher. Estas tentativas para evitar o sofrimento do outro, geralmente, leva a um afastamento dos casais, dando origem a divórcios após a perda de um filho.


Perdas Secundárias


Quando perdemos um filho, perdemos igualmente todas as funções explícitas e implícitas dentro do funcionamento lar, por exemplo: companheiro da mãe, etc. Neste momento, podem ocorrer outros tipos de perda, como a separação dos pais, dificuldades financeiras após os gastos com o funeral.


Como lidar com os filhos que ficaram?


Frequentemente, os pais atribuem qualidades excepcionais ao filho que partiu, como "o favorito", " o melhor", ou " o mais sensível". Podem acontecer as comparações entre os filhos vivos e o filho idealizado que morreu. É bom lembrar que esta criança, adolescente ou adulto, também está a sofrer de modo intenso pois perdeu um irmão e porque vê os seus pais a sofrerem de forma tão profunda como se ele (o filho vivo) não fosse capaz de amenizar dor nenhuma. Isto pode trazer sérias complicações para o desenvolvimento psicológico deste irmão (não importando sua idade cronológica).


Por outro lado, os pais vivem sentimentos ambivalentes em relação aos filhos que "sobreviveram" pois sentem medo de investir afetivamente nestes, ou, por outro lado, passam a dar grande proteção, com medo de perder estes também. Esta característica, muitas vezes, tem um carácter de castigo por terem sobrevivido no lugar do irmão morto.


Como lidar com o seu Luto?


Só uma Mãe ou um Pai sabe o que esta perda representou, portanto respeite-a. Se você entender o seu ritmo e os seus limites para enfrentar a adaptação a esta perda, irá aos poucos organizar-se diante deste sofrimento.


Esta dor é para sempre? De certa forma sim, porque um vínculo com um filho é único e para sempre, mesmo que à distância. O que acontece é que a ferida aberta vai passando, e aos poucos a dor intensa dá lugar à uma imensa saudade. Tudo irá atenuando, mas você não será a mesma pessoa de antes, pois esta experiência fará com que reveja uma série de valores, crenças e comportamentos, e tudo será diferente.


A Hora de pedir Ajuda!


Peça ajuda quando estiver em algumas das situações abaixo citadas:


- Sente muitas dificuldades em compartilhar o sofrimento com o(a) parceiro(a);


- Não consegue relacionar-se com os filhos que ficaram;


- Não sente vontade de comparecer aos eventos sociais (o último já foi há seis meses);


- Ninguém consegue ouvi-lo lembrar tudo o que lhe aconteceu;


- Sente-se culpado por" brigar" com Deus;


- Não conseguiu desfazer-se de nenhum objeto ou roupa do filho, mesmo após um ano após a sua morte.


Peça ajuda de um profissional especializado! Seja um Psicólogo (para seu emocional que neste momento está esgotado), ou um Psiquiatra (em casos onde a medicação é necessária para lhe socorrer neste momento de dor profunda).


Simone é Paulista, Psicóloga Clínica e Organizacional, atuando também como Life Coach e Coach de Carreira. Especialista em atendimento à adolescentes, adultos, casais e famílias, sob a abordagem da Terapia Comportamental e Cognitiva.


Simone G. Domingues

Psicóloga & Coach

CRP 06/88472

📲Atendimento online (11) 999140072 Profissional inscrita no E-Psi.

@psico_sidomingues

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