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Automutilação: o que é, quais as causas, como tratar?

Atualizado: 10 de out. de 2022



O que é Automutilação?


A automutilação é o termo utilizado para designar a pessoa que pratica o ato de se cortar em alguma parte do corpo, para obter, de uma forma desesperada, um alívio de uma dor psíquica intensa.


O comportamento é conhecido como “cutting”, que significa “corte” em inglês. Após o ato, surge o sentimento de vergonha, sendo preciso esconder os cortes para evitar um outro sentimento: a culpa por estar agindo assim.


O sinais da automutilação?


Os indivíduos que sofrem deste distúrbio, comumente se fecham no quarto, ficam trancados no banheiro em banhos de longo período, recusam-se a participar de atividades em conjunto com os familiares e colegas que sejam necessárias a utilização de roupas curtas.

Frequentemente usam blusas de manga comprida e calças, mesmo se o clima estiver quente, com o intuito de esconder os cortes. É uma prática que acomete principalmente adolescentes dos 12 aos 17 anos de idade. Existem relatos de crianças com idades de 8 a 10 anos, e de adultos com este tipo de comportamento, no entanto, são em menor proporção.


As possíveis causas deste comportamento:


Os educadores pedem socorro. Os pais não sabem como lidar com essa situação. Mas afinal, o que leva os jovens a esse comportamento? Ou seria outra a pergunta: o que esse comportamento leva aos jovens?

No momento intenso da dor, a solidão toma conta, o coração acelera, dores estomacais surgem, as pernas tremem e um turbilhão de pensamentos negativos perturbam a mente cansada, a ponto de realizarem o ato novamente, e novamente, e novamente…

As emoções negativas perturbam, enlouquecem, e o que se vê é a única possibilidade de resolver os conflitos internos com os cortes. O triste é que parece uma droga viciante e de difícil controle, pois não há outra alternativa quando o organismo, como defesa, foca numa única dor, ou seja, a dor provocada pelos cortes, a dor psicológica consequentemente diminui, o que causa o alívio da dor emocional.

A demora para buscar ajuda pode desencadear um Transtorno Depressivo maior, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como TOC, o Transtorno de Ansiedade Generalizada e, em alguns casos, o suicídio.


O que o estudos apontam?

Estudos apontam várias causas, dentre as quais estão:

  • Distúrbios emocionais,

  • Baixa autoestima,

  • Dificuldade no enfrentamento de conflitos familiares,

  • Lidar com questões de identidade de gênero,

  • Perdas significativas,

  • Abusos sexuais e emocionais,

  • Bullying de pais ou colegas de escola,

  • Entre outros.

Na sua maioria, os adolescentes e todo o público praticante do “cutting” evita buscar ajuda por não perceber que necessitam de apoio, por vergonha e por medo e/ou falta de compreensão ou do ridículo pelo ato. Em alguns casos, o “cutting” acontece como “modinha”, no caso dos adolescentes, como objetivo de se adequarem ou pertencerem a um grupo.


A dor silenciosa desencadeia a busca de um suporte muitas vezes disfuncional, como o uso e abuso de substâncias tóxicas, e ao vivenciar uma situação difícil, e também inversamente como na falta da frustração, buscam no ato cortante o alívio da angústia e do tédio.

Muitos convivem com a incerteza de buscar ou não um apoio dos pais, cuidadores, amigos ou um profissional da área da saúde.


Onde buscar ajuda?


*Na escola:

  • Educadores, acolham seus alunos, eles não estão chamando a atenção, pelo contrário, eles têm o medo de serem descobertos; escutem o que eles têm a dizer! Falem sobre a automutilação na escola. Proponham debates, soluções, caso estejam com algum aluno com comportamentos que possam ser suspeitos. Respeitem, eles estão em sofrimento;

  • Promovam jogos, dinâmicas e rodas de conversas mediadas por um psicólogo ou professor capacitado para abordar os temas pertinentes aos jovens;

  • Encaminhem os alunos para ajuda terapêutica, falem com os pais e ofereçam apoio, compreensão e carinho, sem punição e julgamento;

  • Encaminhem para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) mais próximo de seu bairro;

  • Fale abertamente com seu professor, ele saberá como te ajudar;

  • Se é seu amigo ou amiga que sofre por uma ansiedade intensa e que está se automutilando, tenha um diálogo com ela (e). Ofereça um abraço e diga que ela não está só. Pare para escutá-la, mesmo que isso te choque. Diga sempre que você estará disponível para conversar.

*Para os pais:

  • Observe as roupas que seu filho escolhe. Fique atento às mudanças de comportamento que ele apresenta. Eles podem expressar seus desconfortos com agressividade;

  • Avalie a importância de estarem mais juntos, pergunte sempre ao seu filho: “como você está?”, “com quem você vai sair?”, “precisa de algum coisa?”, “como posso te ajudar?”;

  • Permita que eles falem o que sentem, não interrompa. Não se desespere, sempre há tempo para resgatá-los;

  • Não sinta culpa. Acolha-os e estejam abertos para um diálogo amoroso e sem julgamentos, eles precisam do seu olhar.

Com o tratamento adequado e a ajuda terapêutica e/ou multidisciplinar, seu filho pode melhorar. E o papel do psicólogo nesse caso é ajudar a compreender o que está acontecendo e encontrar outras possibilidades para o alívio da tensão emocional.


Além do mais, auxiliar a lidar com situações difíceis positivamente, ajudar o indivíduo a ser autêntico, responsabilizar-se por seus atos e escolhas. Melhorar a autoestima, a tomada de decisões, e como consequência, os relacionamentos familiares, amorosos e sociais.

Referências:

CASSORLA, R. M. S. (Coord.). Do suicídio: Estudos brasileiros. Campinas, SP: Papirus, 1991.

Faça terapia, busque autoconhecimento e se liberte das amarras que te impedem de ser verdadeiramente feliz! Me chame! Eu posso te ajudar!


Simone é Paulista, Psicóloga Clínica e Organizacional, atuando também como Life Coach e Coach de Carreira. Especialista em atendimento à adolescentes, adultos, casais e famílias, sob a abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental.


Simone G. Domingues

Psicóloga & Coach

CRP 06/88472

📲Atendimento online (11) 999140072 Profissional inscrita no E-Psi.

@psico_sidomingues

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